sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Coralina...

"E pensar que se você lê, meu amor, eu escrevo. E se você lê, meu amor, eu como. E se você lê, meu amor, eu continuo viva. É triste, mas se a gente pensar com carinho, é bem bonito."

Cora,

essa distância tem me matado. Embora vivamos em um mundo onde conseguimos nos comunicar com grande facilidade, enfrentamos a barreira do "não querer". Não queres me ler, me ouvir, me ver. Não fazes mais questão de me sentir. Afinal, o sentimento mudou ou fomos nós quem mudamos? Mudamos-nos uma de dentro da outra.

Adoçavas, amor, meus dias com teus beijos que me despertavam quando o sol já se espreguiçava nos dando bom dia. Hoje os raios só bronzeiam minha pele de nata, já não iluminam mais os meus sorrisos em acordar contigo. Eras, portanto, minha dose de brilho e calor diários.
Desde que te fostes, naquele domingo cedo, vivo no frio e no breu por tua falta. E o que resta a mim, mísera covarde, a não ser esse caderno onde escrevo meus relatos e lamúrias. Já não me basta alimenta-los dentro de mim. Resolvi que tamanho drama, dear, deveriam ser publicados ao mundo. O amor que, um dia, não deu certo.

Escrevo essas linhas na esperança de um dia lê-las e perceber que superei, que superamos, que nos amamos e tudo não passou de uma besteira, uma barreira muito fraca comparada às nossas forças.

Pergunto-te agora, Cora, o que sobrou de mim em ti? O que ficou de nós além dos nós? Umas saudades que te fecham os olhos e te fazem me buscar no escuro, ou apenas as lembranças e uma vontade de esquecer? Jamais desejaria virar assombro em tua vida. Nunca quis te ser pesadelo, amor.

Conforme as palavras me vêem, escrevo-te, por assim dizer, sem que saibas que o faço.


Luv,

Elinor.

Um comentário:

John disse...

Cheguei à conclusão que é impossível ler um texto seu e não ficar, ao menos, sentido. Dizes que escrevo coisas belas, pois escreves coisas lindas. No último parágrafo, tive que parar um pouco p'ra respirar. Sensacional. Apenas sensacional.