sábado, 30 de janeiro de 2010

Chorar...

E tornar a minha dor pública.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Coralina...

"E pensar que se você lê, meu amor, eu escrevo. E se você lê, meu amor, eu como. E se você lê, meu amor, eu continuo viva. É triste, mas se a gente pensar com carinho, é bem bonito."

Cora,

essa distância tem me matado. Embora vivamos em um mundo onde conseguimos nos comunicar com grande facilidade, enfrentamos a barreira do "não querer". Não queres me ler, me ouvir, me ver. Não fazes mais questão de me sentir. Afinal, o sentimento mudou ou fomos nós quem mudamos? Mudamos-nos uma de dentro da outra.

Adoçavas, amor, meus dias com teus beijos que me despertavam quando o sol já se espreguiçava nos dando bom dia. Hoje os raios só bronzeiam minha pele de nata, já não iluminam mais os meus sorrisos em acordar contigo. Eras, portanto, minha dose de brilho e calor diários.
Desde que te fostes, naquele domingo cedo, vivo no frio e no breu por tua falta. E o que resta a mim, mísera covarde, a não ser esse caderno onde escrevo meus relatos e lamúrias. Já não me basta alimenta-los dentro de mim. Resolvi que tamanho drama, dear, deveriam ser publicados ao mundo. O amor que, um dia, não deu certo.

Escrevo essas linhas na esperança de um dia lê-las e perceber que superei, que superamos, que nos amamos e tudo não passou de uma besteira, uma barreira muito fraca comparada às nossas forças.

Pergunto-te agora, Cora, o que sobrou de mim em ti? O que ficou de nós além dos nós? Umas saudades que te fecham os olhos e te fazem me buscar no escuro, ou apenas as lembranças e uma vontade de esquecer? Jamais desejaria virar assombro em tua vida. Nunca quis te ser pesadelo, amor.

Conforme as palavras me vêem, escrevo-te, por assim dizer, sem que saibas que o faço.


Luv,

Elinor.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

25/01/2010

Cora,

hoje recebi a visita de algo que vezes é conveniente, outras não: a saudade. Todos os dias ela tem vindo me ver aqui, em nossa casa. Tendo isso me trazido uma agonia, decidi por passar um perfume e dar uma volta.
Chegando às ruas, deparei-me com as vitrinas e olhando-as vi teus gostos. Tudo ali me remetia à ti. Vi as sandálias que me pedistes um dia, mas não tinha o teu tamanho. Agora tem e eu não posso te dar. Irritada que fiquei, peguei um cigarro de dentro da bolsa e parei por ali mesmo, pelas ruas, olhando para o ar. Pensei que algo extraordinário me pudesse acontecer: uma aparição divina, ou tu vindo em minha direção. A única cousa que consegui foi um acesso de tosse.
Segui adiante. Foi então que aconteceu o pior: passei em frente ao lugar onde nos beijamos pela primeira vez. Lá veio a desgraça de novo. Maldito sentimento de falta que não me deixa. E aí me veio uma carência dos teus carinhos, Cora! Que saudades matadoras. Por que nosso tempo foi e tem sido tão injusto?

Logo em seguida desisti de lutar contra e comecei a pensar naqueles nossos momentos, os que foram apenas nossos. As frases clichês, as brincadeiras sem vergonha. Ameacei um riso, seguido de uma angustia ensurdecedora! Acendi outro cigarro. Com a fumaça que eu expirava, pensava comigo: parte dela deve partir com essa penumbra que se forma em frente as minhas vistas. Mas livrar-me de ti não é ter liberdade, é desejar a solidão. E, Cora, tenho preferido à morte ao nosso desencontro.

Voltei para casa e liguei a tevê. Maldita tevê! Nela estava passando um filme ao qual assistimos juntas. Mudei de canal.

Agora estou na cama e escrevo esta carta em um papel com linhas azuis. A tinta da caneta também é azul e eu sou... triste. Azul nem sempre é triste. Li um pouco e agora aguardo, enquanto digito (não para ti, mas para quem interessar lê-la) esta carta, que a fada do sono me visite.

Acabo de puxar o cobertor que comprei e que usamos durante o inverno. Aquele branco, macio, que me roubavas toda noite me deixando completamente descoberta, mas que compraríamos mais e maiores para usar um por semana. Senti-me um pouco mais próxima de ti.

Dear, tanto que te quis só pra mim, tanto que te acolhi em meus braços que acabei por te sufocar e afugentar. Ah!, meu amor... desejo, agora, que nossos anjos nos guiem para caminhos certos, sejam eles os mesmo, fazendo com que nos encontremos lá na frente, ou opostos, para sempre distantes.

Da sempre tua,

Elinor.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nosso Samba-enredo Não Chegou ao Fim.

"Se tu queres uma lembrança de mim pede-me agora pois vou partir e pode ser que por aqui não volte nunca mais. Se tu queres uma lembrança de mim pede depressa pra que eu te deixe o coração que no meu peito não se cansa de chorar. Eu, sim, quero uma lembrança de ti."

Acordo todos os dias te amando, sem fim nem limite. O amor chegou e fez morada e qualquer tipo de mudança seria drástica demais para o meu lado menina e sensível de ser. Porém eu não tenho a mínima vontade de não te amar. O fato de te expulsar de mim me deixa cada vez mais fraca quanto a faze-lo. Sem munições, eu deixo que fiques e te cries dentro de mim, até que resolvas voar e deixar o meu coração. Não será um ato de liberdade, ficará um vazio imenso. Não foi perda de tempo, foi amor. Nada além do que nos era permitido. Não prometi mais do que fiz, vez ou outra fiz mais do que prometi. Tentei te surpreender com as coisas boas, e acabava te surpreendendo mais com as coisas ruins. Esse meu jeito quieto e sem reações de ser. Nunca fiz festa por um presente teu, mas meu coração era escola de samba com a tua presença.
O carnaval está chegando e meu coração toca um chorinho, apenas um chorinho abandonado e fraco, fraco de dar dó. Dar dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Se deixasse que eu me aproximasse, se em quinze dias as coisas não tivessem mudado tanto, eu teria conseguido resgatar o samba-enredo do meu coração. Tu serias meu abre alas e eu te cantaria como ninguém.
Mas tu partistes, amor. Mais uma vez, como um pássaro solto, levastes meu sorriso. E quem disse que consigo copiá-lo, faze-lo igual sem que estejas perto de mim? Sorriso de amor é diferente de qualquer um.
Todas as noites, antes de dormir, beijo os teus olhos, tua testa, tua boca e te desejo bons sonhos, rainha do meu carnaval.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Perdoa se te chamo amor, Amada!

Foi chegada a hora, os nós se fizeram maiores do que nós e ficamos para trás, fracas de munição com tanta gente atirando as pedras. A culpa é nossa. A culpa é minha.
Hoje eu acordei sem você. Acordei com a sua voz, corri para te ver mas não encontrei a chave da porta. Olhei pela janela cheia de grades e te vi indo, degrau por degrau, cheia de malas. Ambas dentro delas. Não dormi mais.
Eu queria chorar, mas de tanta tristeza me pareceu impossível. Eu forcei o riso, sem justificativa. Eu não quis procurar ninguém, não sinto vontade de ninguém.
Faltava 11 dias. Onze malditos dias para os nove que seriam a eternidade. Eu te amei, tu me amou. Nós nos amamos aqui, agora, presente. Eu te amo, meu presente. Eu te amo no futuro.
Cansada, exausta. E é mais fácil isso do que a chuva que não pára de cair, escorrendo com gosto pelo chão, molhando a mobília e as gatas. São as minhas lágrimas. Enxurradas de lágrimas salgando a carne do povo na rua, melando os cabelos das moças que te desejam, molhando os meus cabelos.
Não comi, não bebi, não ouvi, não vivi. Amanhã, quem sabe? Vivo nessa procrastinação eterna que me adia a vida e o amor. Eu te amo.
Tomei um banho e me sequei com a tua toalha, ainda úmida da tua essencia, com teu cheiro. Peguei tua blusa deixada na cama e inalei o teu perfume até que eu comecei a exala-lo. Não sinto sono, apenas vontade de ver um filme ao teu lado, sem mundo nenhum, pressão nenhuma, palavra alguma.
O meu desejo de ano novo: que no mundo só existamos eu e tu, amor. Um dia... um dia.